Problemas de infraestrutura da Escola Reinaldo Coser afetam acessibilidade dos estudantes; verba para reformas é insuficiente

Problemas de infraestrutura da Escola Reinaldo Coser afetam acessibilidade dos estudantes; verba para reformas é insuficiente

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

A Escola Estadual de Educação Especial Dr. Reinaldo Fernando Coser é uma das cinco de Santa Maria em situação de urgência que está com problemas de infraestrutura e deve receber recursos do governo do Estado para executar melhorias. No total, estão sendo enviados R$ 27 milhões para todas as escolas gaúchas da rede estadual e R$ 3 milhões destinados, exclusivamente, para instituições de ensino em urgência. Ao longo desta semana, o Diário mostra o cenário atual das cinco escolas nesta condição em Santa Maria.

Para a EEEE Dr. Reinaldo Fernando Coser, foram repassados R$ 10 mil por meio do programa Agiliza Educação. No ano anterior, a verba que chegou era de R$ 50 mil. Conforme o diretor, Jeferson Miranda, 60 anos, o recurso não é suficiente para realizar todas as reformas previstas:

– Um dos principais problemas é a questão da acessibilidade. No ano passado, mandaram R$ 50 mil. Agora, foi R$ 10 mil. É pouco, precisa mais, mas é melhor ter esse dinheiro do que não ter nada.

O ideal, segundo Jeferson, seria uma verba entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. De acordo com o coordenador da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), José Luis Eggres, o repasse deste ano é menor pois foi proporcional aos problemas de cada escola. No ano anterior, foi levado em consideração o tamanho da instituição de ensino.

Dentre as principais demandas da escola atualmente estão a falta de rampas de acesso aos banheiros, ao refeitório e à quadra de esportes. Estudantes cadeirantes, por exemplo, precisam fazer um percurso, que praticamente percorre toda a escola para chegar até esses locais. O banheiro feminino, além da falta de rampa, também não possui sanitário adaptado.

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Algumas rampas que já foram instaladas são muito inclinadas ou estão com o piso danificado, o que dificulta a locomoção dos alunos cadeirantes. Outros espaços do pátio também não tem corrimão/guarda-corpos.

Em dias de chuva, os alunos se molham para chegar até os banheiros e outras salas de aula, pois alguns prédios da escola não possuem coberturas entre os espaços.

Outro problema que afeta a acessibilidade é o muro da escola, que é de tijolos e impossibilita a visão da rua. De acordo com o diretor, a estrutura deveria ser com grades para que os estudantes surdos conseguissem ver o transporte chegando.

Atualmente, 68 alunos frequentam a instituição, que atende Santa Maria e cidades da região, como Itaara, São Sepé, São Vicente do Sul e Vila Nova do Sul. A escola é bilíngue: a primeira é a língua de sinais e a segunda é o português (leitura e escrita).

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Dentre os estudantes, estão pessoas cadeirantes, surdos, autistas e surdo-cegos, por exemplo. O colégio tem Ensino Fundamental, Ensino Médio, formação de professores surdos (magistério) e Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O corpo docente é formado por 20 professores, sendo quatro surdos. Todos ministram aulas em libras. Segundo o diretor, em um espaço de educação isso é essencial, pois promove o respeito à língua de sinais, à identidade e à cultura surda.

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Entenda o repasse de recursos

Neste ano, o governo do Estado realizou um levantamento das escolas gaúchas para identificar questões pendentes de infraestrutura. Conforme o diagnóstico, cerca de95% das escolas da rede estadual do Rio Grande do Sul possuem problemas estruturais. O mapeamento classificou o atendimento às escolas em urgente, intermediário e complementar.

  • Urgência: 176 escolas em situação de urgência, cujas demandas poderiam impactar no uso dos espaços, como falta de água, de banheiros, de cozinhas e de refeitórios
  • Intermediário: 1.898 escolas, que apresentam necessidades de maior complexidade, como reformas elétricas e hidráulicas e obras paralisadas
  • Complementar: 138 escolas que apresentam demandas de baixa complexidade, como manutenção de piso e calçadas e reparos em quadras de esporte, portas e janelas
  • Escolas sem identificação de melhorias: 99

Total: 2.311 (não inclui as escolas militares e prisionais, que também vão receber recursos)

Na tentativa de resolver a condição desses locais de ensino, o governo está destinando R$ 27 milhões, provenientes do Agiliza Educação, para reformas em todas as 2.341 escolas da rede estadual e R$ 3 milhões exclusivamente para os 176 colégios em situação de urgência.

– Com relação à questão dessas escolas que foram classificadas como urgentes, elas receberam já o recurso do Agiliza. A Coordenadoria Regional de Obras Públicas já visitou, juntamente com uma representante da 8ª CRE, essas cinco escolas, viram quais eram as demandas que estavam priorizadas e que levaram as escolas a serem classificadas como urgentes. Foram classificadas as prioridades junto aos diretores das escolas e foi organizado o plano de aplicação desses recursos. Agora, estamos em fase de análise – explica coordenador da CRE, José Luis Eggres.

A expectativa é que a conclusão da análise ocorra nesta semana. A partir disso, as escolas podem realizar a compra do serviços ou de materiais.

Santa Maria

Em Santa Maria, cinco escolas estão enquadradas na categoria urgente e devem receber maior aporte de recursos, 33 estão com estruturas com necessidades intermediárias e uma escola está classificada como complementar.

Escolas em situação de urgência de Santa Maria

  • Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac
  • Escola Estadual de Ensino Médio Santa Marta
  • Escola Básica Estadual Érico Veríssimo
  • Escola Estadual de Educação Especial Dr. Reinaldo Fernando Coser
  • Escola Estadual de Ensino Fundamental Indígena Augusto Ope da Silva

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